“A arte está morta”

Diz o título de uma matéria da BBC, “A arte está morta!”. A frase é de Jason M. Allen, que ganhou um prêmio na feira de arte do Colorado na categoria “artistas digitais emergentes” com sua peça gerada por Inteligência Artificial. O que deixou alguns artistas p* da vida.

Jason ainda complementou: “Acabou. A inteligência artificial ganhou. Os humanos perderam”.

Arte morta. Imagem do filme 'Terminator' utilizando inteligência articial

Vocês acompanharam o boom de criação de avatares por meio de IA no app Lensa? Se você não sabe do que estamos falando, dá uma olhada aqui.

Além de questões de permissibilidade de uso de dados pessoais kkkrying, obrigatoriamente aceito quando se faz o download do aplicativo, pois o que vale mesmo é ter suas 20 imagens geradas por IA, questões éticas foram trazidas à tona.

Se por um lado presenciamos a magia do aprendizado de máquina em que os apps e plataformas se tornam cada vez mais “inteligentes” em relação às particularidades humanas com o objetivo de nos servirem, por outro, muitas pessoas temem pela substituição de postos de trabalho humanos e a invasão de privacidade que isso pode ocasionar.

A inteligência de máquina deu o seu primeiro (e relevante) alô publicamente em 1996. Na época, o supercomputador da IBM chamado Deep Blue foi criado especialmente para derrotar o campeão mundial de xadrez, o Kasparov. Em 96, Kasparov ganhou do supercomputador. Mas, em 97, Deep Blue teve sua revanche e se tornou o primeiro computador a vencer um campeão mundial de xadrez. Hoje, o exemplo mais corriqueiro e real inserido nas nossas vidas é o conjunto de algoritmos da Netflix, responsável por trazer sugestões de filmes para o seu perfil.

Uma outra amostra de lançamento de criação (ou cópia) por IA é a nova tecnologia da empresa Presto, que possibilita, por exemplo, que você seja atendido no drive thru da sua rede de fast food preferida por uma voz familiar. Digamos… Michael Jackson te pergunta se você quer a batata grande por mais R$4,99…

Voltando às imagens geradas por inteligência artificial: nas últimas semanas, muito se discutiu sobre o impacto dessas “criações” no mundo da arte, ilustração e design. Afinal, a arte criada por IA se tornou uma ameaça à arte no geral?

Arte morta. Uma imagem gerada por inteligência artificial.
(Stable Diffusion/Lexica, Lensa/Twitter). Fonte: https://www.cbc.ca/radio/asithappens/artificial-intelligence-ai-art-ethics-greg-rutkowski-1.6679466

 

Artistas tradicionais do mundo todo vem chamando a atenção para questões de direitos autorais. Primeiro porque a arte tradicional, seja ela digital ou feita de maneira analógica, uma vez que sua imagem é inserida publicamente na web, serve de referência para o desenvolvimento da aprendizagem de máquina elaborar as artes por meio de inteligência artificial. O processo de criação dessas imagens também conta com a utilização de seus nomes como característica de estilo para as artes por IA. Muitos artistas apontam para o fato de não serem recompensados por isso.

Por outro lado, a Prisma Labs, criadora do app Lensa, argumenta que “acreditam que a crescente acessibilidade a ferramentas alimentadas por IA irá tornar a arte feita pelo homem mais valorizada e apreciada, pois qualquer industrialização agrega mais valor ao trabalho artesanal.”

E você? O que tá achando disso tudo? Será que a arte está morta e a inteligência artificial ganhou?

Contato