A ignorância das inteligências artificiais

O termo “apagamento indígena” refere-se à prática de suprimir a presença e a cultura dos povos indígenas. Seja através da assimilação forçada, da marginalização, da exploração ou da violência. Esse processo histórico de opressão tem impactos duradouros nas comunidades indígenas, incluindo perda de território, língua, tradições e conhecimentos ancestrais.

O apagamento indígena é um fenômeno global que persiste até os dias atuais e que requer atenção e ação contínuas para garantir a justiça social e a preservação da diversidade cultural e étnica.

O “descobrimento” do Brasil pelos portugueses em 1500 marcou o início do contato entre os europeus e os povos indígenas que habitavam o território brasileiro. Esse contato foi marcado por conflitos e desentendimentos, com os portugueses impondo sua cultura, religião e sistemas políticos aos povos indígenas. A colonização portuguesa teve um impacto devastador na população indígena. A estimativa é de que a população indígena tenha caído de cerca de 2,5 milhões em 1500 para cerca de 800 mil em 1800, devido a doenças, violência e exploração. A relação entre o “descobrimento” do Brasil e os povos indígenas é, portanto, complexa e marcada por opressão e resistência.

 

Descobrimento ou Invasão?

O dia 22 de abril no calendário brasileiro é conhecido como o dia do Descobrimento do Brasil. No entanto, essa data nos remete ao momento em que os povos originários deixaram de ser donos dessa terra para serem considerados qualquer coisa, menos gente!

Além do apagamento que a sociedade vem fazendo desde 1500 com genocídio e outros tipos de violência, estamos cooperando também com o sumiço de dados e registros online dos povos indígenas brasileiros.

 

Você sabia que a A.I. não consegue gerar imagens dos nossos povos?

A inteligência artificial está evoluindo a cada dia e sua busca e combinações de dados entregam respostas rápidas… mas será que são corretas?

Em uma matéria do blog Jornalistas Livres (“Inteligência Artificial e a disforia da identidade brasileira“) emerge a problemática do racismo estrutural em nosso país, que evoluiu e agora também está presente nos algoritmos das plataformas de geração de imagens por inteligência artificial.

A imagem em questão retrata uma família supostamente brasileira publicada em uma revista mensal de arqueologia e história cultural da Turquia. Na mesma revista, foram publicadas outras imagens de famílias arquetípicas de vários países ao redor do mundo.

Além da imagem ser de tom pejorativo, ela provocou comentários extremamente racistas pela internet. A questão central é entender que o sistema de processamento não considera que aproximadamente 1/4 da população brasileira não possui acesso à internet, o que significa que essas pessoas não estão presentes no mundo digital. É importante ressaltar que a maioria dos excluídos são indivíduos negros e indígenas.

 

Quem é o Brasil?

No Brasil, temos muito mais de 305 etnias indígenas, com culturas e línguas diferentes, mas que têm uma coisa em comum: suas histórias e vivências foram desmatadas, poluídas, incendi4das e vi0l4das por um povo que não veio desta terra – A terra dis indígenas.

Quando buscamos essas imagens com A.I., a resposta é o reflexo das ações da sociedade: indígenas diversos colocados em caixas, norte-americanizados e estereotipados. E enquanto os dados artificiais caminham para o apagamento, esse movimento #caradacausa tem o objetivo de reavivar as memórias dos povos originários a partir de uma collab com pessoas reais. Vem colaborar!

Com esse start a galera de criação se reuniu, pesquisaram e mandaram ver na denúncia:

AI – Apagamento Indígena

O Movimento #caradacausa traz rostos de povos originários conforme suas etnias para combater o apagamento indígena. Essa é a ilustra da @victoriacordeir0 retratando o povo AWÁ. Participe com seu desenho/ilustra na #caradacausa.

Vamos juntos colaborar com essa campanha linda e cheia de valor histórico #CaraDaCausa

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#caradacausa  #povoawa #povosindigenas #designativista #indigenouspeople #emergênciaindígena #indigenasbrasileiros